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ENTRETENIMENTO

80 Artigos - Categoria MOTIVAÇAO
60 - A MESA DO VELHO AVÔ
Fonte: nd
Um frágil e velho homem foi viver com seu filho, a nora e o neto mais velho de quatro anos.

Com o tempo, a família percebeu que os atos mais simples do seu dia-a-dia se tornavam extremamente penosos para aquele homem de mãos trêmulas, visão embaralhada e passo hesitante. A família comia junto com ele. Mas as mãos trêmulas do avô ancião e sua visão deficiente tornavam difíceis até mesmo o ato de comer. Ervilhas rolavam da sua colher sobre o chão e não raras eram as vezes em que o avô, sem o domínio das mãos, derramava leite na toalha ou no chão. A bagunça e o trabalho, com o tempo, começaram a irritar o filho e a nora daquele homem.

— Temos que fazer algo com relação a vovô, observou o filho, ele já derramou leite e comida no chão várias vezes.

Assim, decidiram, o marido e a esposa, preparar uma mesa pequena no canto da sala. Lá, o avô iria comer sozinho, enquanto o resto da família desfrutaria do jantar a sós.

Desde que o avô quebrou dois pratos, a comida dele era servida numa tigela de madeira. Quando a família olhava de relance em sua direção, percebia uma lágrima rolar dos seus olhos. Ainda assim, o casal o advertia impiedosamente quando ele derrubava um garfo ou derramava comida no chão.

O neto de quatro anos presenciava tudo em silêncio. Certa noite, antes da ceia, o pai notou que o filho estava brincando no chão com pedaços de madeira. Perguntou-lhe, docemente:

— O que está fazendo, filho?

Da mesma maneira dócil, o menino respondeu-lhe:

— Estou fabricando uma pequena tigela para você e mamãe comerem sua comida quando eu crescer.

O garoto sorriu para o pai e voltou a trabalhar.

As palavras do menino golpearam os pais profundamente e lágrimas começaram a fluir dos seus rostos. Nenhuma palavra foi dita, porque ambos sabiam o que devia ser feito.

Naquela noite, o marido pegou a mão do ancião e, com suavidade, conduziu-o à mesa da família, onde passou a fazer as refeições até o último dos seus dias. E, por alguma razão, nem marido nem esposa pareciam se preocupar mais quando um garfo era derrubado, o leite derramado, ou quando a toalha da mesa se sujava.

As crianças são notavelmente perceptivas. Os olhos delas observam com mais acuidade e suas mentes sempre processam as mensagens que elas absorvem. Se nos vêem pacientemente providenciar uma atmosfera feliz em nossa casa, para nossos familiares, imitarão aquela atitude no decorrer de suas vidas.

O pai sábio percebe isso diariamente: que o alicerce está sendo construído para o futuro da criança. Sejamos sábios construtores de bons exemplos de comportamento de vida em nossas funções.

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61 - A FORÇA DA GRATIDÃO
Fonte: Zuuc
Era uma manhã comum quando Ana, já cansada da rotina corrida, entrou no ônibus a caminho do trabalho. Com os olhos pesados e o coração cheio de queixas, ela pensava em tudo o que ainda teria que enfrentar naquele dia.

Sentou-se ao lado de uma senhora de cabelos brancos, que sorria serenamente, mesmo diante da multidão e do barulho. Ana, intrigada, perguntou:

— A senhora não se incomoda com tudo isso? O calor, a demora, o empurra-empurra?

A idosa olhou para ela com bondade e respondeu:

— Minha filha, já vivi muitas coisas. Descobri que quando agradeço pelo pouco, recebo muito. Hoje, agradeço por estar viva, por ter saúde e até por este ônibus cheio, pois me leva até onde preciso ir.

Ana ficou em silêncio. Pela primeira vez em dias, percebeu que, apesar das dificuldades, havia muito pelo que ser grata. Lembrou-se de sua família, de seu emprego e até da chance de recomeçar cada manhã.

Naquele instante, o peso em seu coração diminuiu. O sorriso da senhora parecia ter iluminado sua alma.

Lição: A gratidão não muda os fatos, mas transforma a forma como os enxergamos. Quem aprende a agradecer, descobre que sempre tem motivos para sorrir.

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62 - O VALOR DA HONESTIDADE
Fonte: Zuuc
Certa vez, um jovem chamado Pedro foi contratado para trabalhar em uma pequena mercearia da cidade. Era sua primeira oportunidade de emprego e ele queria provar que era responsável. No primeiro dia, o dono da loja lhe deu a tarefa de organizar o caixa e anotar todas as entradas e saídas de dinheiro.

Enquanto arrumava as gavetas, Pedro encontrou um envelope com uma quantia considerável. Ninguém havia mencionado aquele dinheiro. Seu coração bateu acelerado e por um instante pensou: “Se eu guardar, ninguém vai perceber. Poderia comprar muitas coisas que desejo há tempo”.

Mas logo se lembrou dos conselhos de sua mãe: “Filho, nunca deixe a tentação enganar seu caráter. A honestidade sempre será sua maior riqueza”.

Respirou fundo, pegou o envelope e levou até o dono da mercearia, explicando como o encontrou. O homem sorriu e disse:

— Pedro, você passou no maior teste que poderia ter. Esse dinheiro era de propósito. Guardo sempre esse envelope para ver se os novos empregados são confiáveis. Você acaba de ganhar não só meu respeito, mas também minha confiança.

Pedro saiu do trabalho naquele dia com o coração leve. Descobriu que a honestidade pode, às vezes, não trazer recompensas imediatas em bens materiais, mas sempre abre portas maiores e mais seguras.

Lição: A honestidade é como um selo que carrega nosso nome. Uma vez quebrado, é difícil colar novamente. Mas quando mantido intacto, vale mais que qualquer tesouro.

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63 - A CORAGEM DE RECOMEÇAR
Fonte: Zuuc
Luísa era costureira em uma pequena cidade. Durante anos, sustentou a casa com sua máquina de costura antiga, mas um incêndio inesperado destruiu parte de sua casa e sua oficina. Quando viu sua máquina queimada, chorou amargamente. Parecia que todo seu esforço tinha desaparecido em um piscar de olhos.

Amigos a visitavam e diziam: “Tenha paciência, Luísa, um dia tudo vai melhorar”. Mas dentro dela só havia tristeza. Até que, numa manhã, seu filho pequeno se aproximou e disse:

— Mamãe, posso usar seus botões queimados para brincar? Eu vou fingir que são moedas de ouro.

A inocência da criança despertou algo dentro dela. Luísa percebeu que, mesmo em meio às cinzas, ainda havia possibilidades. Decidiu juntar retalhos do que havia restado e começou a costurar pequenas bonecas de pano, que seu filho ajudava a vender na vizinhança.

Em pouco tempo, o que parecia uma tragédia tornou-se uma nova oportunidade. As bonecas fizeram sucesso, e logo Luísa abriu uma pequena loja de artesanato, mais próspera do que antes.

Lição: Quando tudo parece perdido, a coragem de recomeçar transforma cinzas em sementes. Às vezes, as quedas nos preparam para voos maiores.

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64 - A ROSA E O ESPINHO
Fonte: Zuuc
Numa aldeia antiga, havia um jardim que todos diziam ser o mais bonito da região. Nele cresciam roseiras de várias cores — vermelhas como sangue, brancas como leite e cor-de-rosa como o primeiro sorriso. Quem cuidava daquele lugar era um velho jardineiro chamado Elias, homem de mãos frágeis e olhos que pareciam guardar muitas estações.

Certo dia, uma jovem chamada Clara passou pelo portão do jardim e, encantada, parou diante de uma roseira vermelha. Encostou a mão, admirando a perfeição da flor, e o jardineiro aproximou-se com um regador na mão. Ela, tímida, perguntou:

— Por que cultivais rosas tão belas, se elas têm espinhos que ferem?

Elias sorriu, inclinando o corpo como quem obedece a uma memória, e respondeu com voz calma:

— Minha filha, se arrancássemos os espinhos para agradar os dedos, a rosa perderia o que a faz rosa. O espinho é parte de sua história. Protege a flor do mundo que insiste em colhê-la sem cuidado.

Clara tocou uma pétala e deixou que o perfume subisse ao rosto. Queria entender melhor. Elias então contou-lhe uma história:

— Houve um tempo em que eu mesmo havia arrancado espinhos numa tentativa de tornar as rosas mais fáceis para as mãos das crianças. No primeiro outono, as flores murcharam antes da hora e o vento levou consigo o perfume que antes ficava por dias. Aprendi, então, que a beleza e a defesa crescem juntas. O que protege também define o que é protegido.

Clara olhou para a rosa e, num gesto impulsivo, tentou arrancar um espinho com os dentes. Cortou-se e chorou, não pela dor, mas pela surpresa de ser ferida pela própria curiosidade. Elias, com delicadeza, limpou o corte e sentou-se ao lado dela.

— O espinho dói — disse ela — mas a flor é tão linda que parece valer o arranhão.

— Às vezes — falou o velho — amamos aquilo que nos fere porque nela vemos algo que nos completa. O problema não é a dor — continuou —, mas a maneira como a recebemos. Há quem passe a vida evitando todas as rosas por medo do espinho; há quem ame tanto as flores que se esqueça de proteger a própria mão.

Com o tempo, Clara começou a visitar o jardim todas as tardes. Aprendeu a podar com paciência, a regar nos horários certos, a observar as estações e a respeitar os limites das raízes. Conheceu também um jovem da aldeia, Tomas, que vinha buscar abrigo das tempestades no alpendre do jardim. Tomas era belo e falava com coragem. Apaixonaram-se lentamente, como se o amor ali nascesse folha a folha.

Mas nem tudo foi só perfume e luz. Tomas tinha hábitos que incomodavam Clara: impaciência, palavras cortantes em momentos de cansaço, promessas feitas e esquecidas. Quando discutiam, Clara, lembrando dos espinhos, tentava proteger o sentimento: calava-se, evitava feri-lo de volta e, às vezes, engolia mágoas para não perder a flor. Outras vezes, ferida, cortava-se no silêncio e guardava os arranhões no peito.

Uma noite de primavera, depois de uma discussão mais áspera, Clara foi ao jardim em busca de consolo. Encontrou Elias sentado junto às roseiras, olhando a lua. Sem cerimônia, sentou-se ao seu lado e deixou escapar palavras que ainda doíam:

— Eu o amo, Elias, mas os espinhos que ele exibe me sangram. Não sei se é mais digno sofrer em silêncio para manter a beleza, ou impor limites e correr o risco de perder a rosa.

Elias refletiu por um tempo e, então, contou outra lembrança:

— Houve uma roseira aqui que eu deixei crescer sem poda. Deixei que tomasse todo o espaço, que consumisse água demais, que subisse sobre outras plantas. Em pouco tempo, a roseira ficou pesada e doente; suas flores até eram muitas, porém sem brilho. As outras plantas minguaram. Aprendi que o cultivo exige cuidado com limites. Amar não é ceder a tudo; amar é também saber quando dizer não, quando aparar o excesso para que a vida inteira não seja sufocada.

Clara ouviu aquilo como quem recebe um conselho antigo e necessário. Voltou para casa decidida a conversar com Tomas — não para impor dores, nem para esconder as suas, mas para explicar-lhe que o amor que desejava precisava de respeito, carinho e regras simples: tempo, consideração e a capacidade de admitir erros.

Quando falou, não foi com voz acusatória, mas com a calma de quem poda um galho doente. Tomas, surpreendido, primeiro retrucou com orgulho. Depois, ao ver a sinceridade e a doçura misturadas naquilo, baixou os olhos e reconheceu seus tropeços. Lembrou-se de como havia ferido com palavras e de como, em sua pressa, esquecia promessas. Pediu perdão e, juntos, concordaram em aprender a cuidar da relação como cuidavam do jardim: com rotina, carinho e, quando necessário, poda amorosa.

Os meses que seguiram não foram isentos de discussões. Novas marques de espinhos surgiram, e novas curas também. Clara aprendeu a levantar a voz com firmeza quando precisava; Tomas aprendeu a segurar a língua e cumprir o que prometia. Aprenderam a enxergar no outro não um inimigo perfeito, mas um companheiro em permanente trabalho de cultivo.

Elias, observando de longe, colhia uma rosa madura e entregava a Clara num dia em que ela voltou doente da vila. Ela sorriu e, com a rosa nas mãos, entendeu que amar significa aceitar a beleza com seus limites e trabalhar para que o que fere não vire ferida crônica. A rosa continuava a ter espinhos — e por isso mesmo era íntegra.

Lição: O amor verdadeiro não elimina o espinho; ensina a manejar a mão. Há belezas que exigem cuidado e limites; há laços que se fortalecem quando aprendemos a proteger o que amamos sem nos esquecer de proteger a nós mesmos.

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